Hugo era um menino cheio de vida e esperto como ele só. Tudo perguntava, tudo questionava e sempre expunha sua opinão (forte, diga-se de passagem) sobre tudo, até mesmo sobre assuntos que ele nem tinha noção do que se tratava.
Era manhã de domingo, o sol estava brilhando forte no céu, o dia estava maravilhoso. Hugo brincava, andava de bicicleta sob o olhar atencioso de seu pai. À cada volta que dava no parque ele aumentava o grau de dificuldade de suas manobras, curvas e velocidade.
- Hugo, cuidado para não cair! - orientava seu pai de longe.
- Tá... - respondia com a voz sumindo enquanto se distanciava para mais uma volta, mais radical que a anterior.
O pai do Hugo não se contentou em somente avisar. Montou em sua bicicleta que estava estacionada à sombra de uma árvore próxima e foi atrás do filho.
Hugo, percebendo a presença do pai, começou a correr mais, iniciando uma pequena brincadeira de "pega-pega". Os dois correram por todo parque rindo e brincando muito. Seu pai, no calor da "disputa", empinava a bicleta, fazia derrapagens, subia pequenos morros e saltava do outro lado. Hugo, muito entusiasmado, começou a imitar o pai mas nem sempre conseguia fazer as mesmas peripécias.
- Hugo, vai devagar. Cuidado!
- Tá bom pai! - e tentava de novo.
Outras crianças se juntaram a brincadeira. Meninos, meninas, alguns sozinhos, outros com seus respectivos pais. Até quem estava andando de patins, um pouco mais separado, veio para a corrida.
Não estava valendo nada. Nem primeiro lugar, nem último. Era somente um passeio que, sem mais nem menos, tornara-se coletivo. Gigantescamente coletivo.
- Hugo cuidado com esse elevado!! - avisava seu pai enquanto Hugo, correndo junto com outras crianças, fazia a bicicleta pular o obstáculo.
- Eles crescem rápido né? - puxava conversa uma mãe que também acompanhava o cortejo sobre rodas.
- É.. Demais... - respondeu o pai do Hugo, sem dar muita atenção, enquanto esticava o pescoço para ver o filho tentando empinar a magrela - Hugo!! Assim você pode cair!!
- Com licença. - despede-se repentinamente da mãe que tentava conversar com ele para ir falar com o filho. Enquanto pedalava em sua direção, viu Hugo quase cair por tentar uma outra manobra. Outra criança tentou a mesma manobra e caiu, estatelada, no chão.
- Hugo, vem aqui! - já falou o pai em um tom severo e parando um pouco mais afastado da "comitiva".
- Oi pai, o que foi? - perguntou Hugo parando próximo ao pai.
- Não quero você fazendo "estripolias" por aí viu?? Olha o que aconteceu com a menina ali.. - falou apontando para o local onde a criança havia caído e que, para sua surpresa, ela já não estava mais lá pois, já havia levantado e continuado a correr.
- Que menina pai? - perguntou Hugo em sua inocência de criança.
- Não importa - retrucou o pai - não quero que você se machuque, portanto nada de...
Antes mesmo que seu pai terminasse a frase, Hugo se posicionou e disse: - Pai, quando você era criança, brincava?
-Claro que sim, mas..
- E caía?
- Muito... Me machiquei várias vezes antes de aprender a andar direito de bicicleta, só que...
- E aprendeu, né?
- Aprendi sim filho. - respondeu o pai, já imaginando onde os argumentos de seu filho iriam chegar.
- Então pai, se você correu, brincou, caiu e se machucou para aprender, porque eu não posso? Qual a diferença de antigamente para hoje?
Sem muitos argumentos, e com o coração apertado por saber que o filho TINHA que passar por certas "quedas" na vida, o pai de Hugo respondeu: - Nenhuma filho. Nenhuma diferença. Vai brincar vai. Só toma cuidado.
- Tá bom pai!! - respondeu Hugo já pedalando sua bicicleta rapidamente. A mãe de uma das crianças, que havia puxado assunto, e que assistira à tudo, fez seu questionamento retórico: - Eles crescem rápido né?
- É... - respondeu o pai de Hugo, sorrindo um misto de orgulho e preocupação - Crescem sim!
- Não quero você fazendo "estripolias" por aí viu?? Olha o que aconteceu com a menina ali.. - falou apontando para o local onde a criança havia caído e que, para sua surpresa, ela já não estava mais lá pois, já havia levantado e continuado a correr.
- Que menina pai? - perguntou Hugo em sua inocência de criança.
- Não importa - retrucou o pai - não quero que você se machuque, portanto nada de...
Antes mesmo que seu pai terminasse a frase, Hugo se posicionou e disse: - Pai, quando você era criança, brincava?
-Claro que sim, mas..
- E caía?
- Muito... Me machiquei várias vezes antes de aprender a andar direito de bicicleta, só que...
- E aprendeu, né?
- Aprendi sim filho. - respondeu o pai, já imaginando onde os argumentos de seu filho iriam chegar.
- Então pai, se você correu, brincou, caiu e se machucou para aprender, porque eu não posso? Qual a diferença de antigamente para hoje?
Sem muitos argumentos, e com o coração apertado por saber que o filho TINHA que passar por certas "quedas" na vida, o pai de Hugo respondeu: - Nenhuma filho. Nenhuma diferença. Vai brincar vai. Só toma cuidado.
- Tá bom pai!! - respondeu Hugo já pedalando sua bicicleta rapidamente. A mãe de uma das crianças, que havia puxado assunto, e que assistira à tudo, fez seu questionamento retórico: - Eles crescem rápido né?
- É... - respondeu o pai de Hugo, sorrindo um misto de orgulho e preocupação - Crescem sim!
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