Em toda Ásgard, o povo conta histórias sobre seus cavaleiros e seus feitos heróicos, porém um nome será lembrado mais que outros: Sir Raphael. Sim, eu mesmo.
Todos os reinos viviam em paz, até a chegada dele: Dominius. Ele e seu exército de ogros e criaturas do mal são conhecidos por roubar e destruir tudo por onde passam. Liz, a feiticeira do Norte já havia avisado sobre a chegada de Dominius e eu estava preparado. Eu e meu dragão, à quem eu chamava de Sol.
- Sir Raphael, você é o único cavaleiro capaz de enfrentar Dominius, por isso eu conto com você. – disse o Rei Tibérius.
- Sim Majestade! Eu não o decepcionarei. – respondi.
Vesti minha capa, peguei meu escudo, espada e alguns intens mágicos, e subi em meu dragão para, mais uma vez, defender o reino. Voamos pelas montanhas e logo após o Lago de Cristal, vi o acampamento de Dominius e seus ogros. Seus arqueiros também nos viram e começaram a disparar suas flechas. Meu dragão, Sol, girava no ar para não ser atingido enquanto eu, com minha espada, defendia as poucas flechas que passavam.
Guiei Sol para subir o mais alto que pudesse, para fugirmos da flechas. Quando chegamos acima das nuvens, começamos a descer rapidamente. Chegamos bem perto do exército de ogros de Dominius e, num vôo rasante, Sol soltou uma baforada de fogo sobre vários deles.
Eu pulei e, de espada na mão, comecei a batalhar contra outros ogros que corriam em nossa direção. Girava e atacava com minha espada. Sol soltava fogo ao mesmo tempo que, com a cauda, jogava vários deles no fundo do Lago de Cristal.
Dominius sabia que estava perdendo a batalha e, sem pensar duas vezes, mandou seus piores guerreiros: as Sombras.
Nem os ogros gostavam das Sombras e, quando viram eles avançando, fugiram para dentro da floresta encantada.
As Sombras nos atacaram, criando uma grande escuridão em nossa volta. A única luz que eu via era do fogo que o meu dragão soltava tentando atacar.
As Sombras nos atacavam de todos os lados e todas as nossas tentativas de revidar, com espada e fogo, não davam em nada, já que não se pode atingir uma sombra. Eu e Sol, estávamos ficando fracos e meu dragão estava ficando com as chamas cada vez menores. Dragões são seres ligados à natureza e não podem ficar na escuridão total sem que suas forças se acabem, sua energia vem do calor do dia e da calma da noite. Mantê-los na escuridão profunda vai tirando todas as suas forças até matar.
Eu já estava caído no chão, e Sol já estava quase sem chamas, quando passei a mão no peito e senti o apito que tinha recebido como presente dos Elfos.
- Com ele, e as sombras nunca te incomodarão. – foi o que me disse a Rainha dos Elfos em agradecimento por ter resgatado sua filha.
Peguei o apito e assoprei com força. Um som fino fez as Sombras gritarem e se desfazerem no ar. Sol se levantou e se sacudiu todo, para retirar toda a terra de cima de seu corpo. Agora faltava o principal: capturar Dominius.
Subi em Sol e fui atrás dele. Mas Dominius é um bruxo cheio de truques. Ele encantou os arcos e flechas para atacarem sozinhas e fugiu para uma caverna. Sol já tinha recuperado suas forças e lançou suas chamas contra os arcos encantados, queimando todos. Descemos perto da caverna e falei para ele me esperar do lado de fora, guardando a entrada.
A caverna era muito escura e não se enxergava nada, mas graças aos meus amigos Anões, que são grandes exploradores de cavernas, eu tenho um frasco de luz de Lithira para iluminar o caminho.
Morcegos passam sobre minha cabeça dando vôos rasantes. Já no centro da caverna, eu entro em um imenso salão e, lá no final, Dominius está sentado sobre um trono de pedras.
- Renda-se Dominius. – ordenei.
- Você tem muita coragem de vir até aqui cavaleiro! Mas esse é o será fim. – fala Dominius abrindo os braços.
Das paredes do grande salão, no interior da caverna, surgem 2 gigantes de pedras. Eles socam o chão tentando me atingir, mas eu corro e salto mais rápido do que eles podem se mover e consigo fugir dos golpes. Subindo no braço de um deles, corri até chegar em seu ombro e assobiei para chamar a atenção do outro mostro de pedra. Ele veio correndo e, tentando me acertar, destruiu o outro gigante em um só golpe. Com um salto, antes que o gigante de pedra onde eu estava fosse destruído, pulei no ombro do outro gigante e assobiei de novo. Tentando me acertar mais uma vez, ele batia em si mesmo quebrando um pedaço de seu próprio corpo. Mais um assobio, outro golpe e mais uma vez saltava para outro local. Quando sobrou somente pedras sem movimento saltei para o chão para, enfim, enfrentar Dominius.
O bruxo começou a se transformar até virar uma fera enorme, com dentes pontiagudos, olhos vermelhos e pêlos na cor negra. Rosnando ele veio correndo em minha direção. Saltei rapidamente para o lado e peguei o meu último item mágico. Não podia errar ou seria meu fim.
Ele me olhava com raiva e, rosnando alto, saltou em cima de mim. Eu pulei de costas, me agarrei nele e esfreguei no seu pêlo uma semente mágica. Quando caí no chão, vi que a semente tinha se transformado em um cipó mágico que prendeu Dominius e impedindo que ele se transformasse de novo.
Carregando Dominius nos ombros fui até a entrada da caverna. Os elfos estavam me aguardando junto com Sol, o meu dragão, e vários ogros presos que, de medo das Sombras, tinham fugido para a floresta encantada.
Estávamos comemorando quando um anjo apareceu.
- Venha! – dizia ela – Venha!
- Ir? Agora?
- Sim Raphael, vem almoçar!
Era a minha mãe. Eu estava debaixo do meu colchão, que eu colocava encostado na parede, fingindo que estava em uma caverna.
- Vem Sol, tá na hora do almoço – meu gato parou de brincar com um dos bonecos que estavam no chão e veio comigo.
- Vamos tirar esse lençol do seu pescoço.
- Mas mãe, essa é a minha capa!
- Tudo bem, eu guardo sua capa para você brincar depois.
Depois que almocei, fiquei com sono e me deitei no colo da minha mãe. Sol se enroscou nos meus pés e começou a ronronar. Enquanto ela acariciava meus cabelos, meus olhos ficavam cada vez mais pesados. Quando acordar, vou brincar de novo em outra aventura fantástica.
Cara, vc brincou com minha imaginação. Adorei o conto e a contação. Já vivi momentos desses, mas confesso que era impregnado pelas séries da TV (nesse período pode, né?).
ResponderExcluirDestaco um detalhe importantíssimo: "as sombras não podem ser atingidas".
_ Quantas pessoas hoje agem através da sombra. Agem escondidas em artifícios opacos e dúbios.
Parabéns, meu rei!